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terça-feira, 24 de julho de 2012

Canção de ninar

Na roda do tempo
tem sangue e tormento
e tento correr
sem sair do lugar.

Na roda do tempo
eu tomo veneno
o diabo vem lento
a me procurar.

Na roda do tempo
tem plástico-bolha
e um pouco da folha
para eu fumar.

Na roda do tempo
não tenho escolha
a metralhadora
não vai sossegar.

Na roda do tempo
enfim eu me canso
salto do balanço
e danço no ar.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Afundando um pouco mais

nitroglicerina
para acalmar os ânimos
esplêndido
âmbito
no qual me encontro

tomando ácido
cânhamo
canha

nas entranhas
underground
um degrau
abaixo
da sarjeta.

Malditos rastros, nunca mais tomo benflogin com clonazepan e bíter

O cubo mágico está pronto
e meu quarto está diferente
parece um estômago

É. Estou num estômago
e as enzimas querem me pegar
me diluir
me derreter

Vejo que elas não têm boas intenções
e corro
corro
corro

Mas não adianta
e elas me dizem
que cheirar nescau dá um barato legal

Vou experimentar.

Orgasmo clitoriano

E tu uivava, minha querida,
enquanto eu metia
e massageava teu grelinho

E meu pau escorregou da tua xoxota
e entrou no teu cu

Foi sem querer, eu juro.

Um poema constituído por imagens, desprovido de qualquer pretensão artística ou estética, embora seja um poema

flecha na goela
pedrada na cabeça
pára-quedas furado
chute no saco
bomba-relógio faltando 3 segundos

eu te virando ao avesso
forte feito golpe de marreta
porra na buceta.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Então eu pus o capacete e só aguardei que tudo caísse em cima de mim

Não falo coisa com coisa
culpa do remédio
mas sem ele não durmo
e não durmindo
fico maluco de vez
desprovido da noção do tempo
continuando no dia de ontem

diabos!

Tem algo por trás disso tudo
tomando as rédeas
dando "play" e "pause"
inserindo tragédias
e até humor pastelão.

Pego uma folha
e acabo cortando o dedo
fazendo com que escorra
um pequeno filete de sangue
aí levanto
e tropeço em algumas garrafas
caindo feio no chão.

Era exatamente disso
que eu estava falando.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Porto Belo

E lá estava eu novamente
me arrastando até a privada para vomitar
depois voltando a beber no sofá
em meio a garrafas pet de vinho barato,
bitucas e várias folhas de poemas
e contos batidos à máquina.

Não era bem isso
que eu queria da vida
quase todo dia
repetindo a mesma cena ridícula
talvez isso passe
como esta linha que escrevo agora

ou esta, quem sabe.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Agonia

Procurei alívio
em amigos
mulheres
prostitutas

não resolveu

agora me concentro
no álcool
compimidos
e a escrita

e nada mais.

sábado, 7 de julho de 2012

Desperdício

Uma mulher gelada
-Não saquei teu papo, cara.
Era junho
e eu tremia feito louco
acendi um cigarro virado
arrependido
de não ter ficado em casa.
Não era ali que nossas vidas iriam
melhorar
nem daquela maneira.

Mais uma chance perdida
escorrendo feito urina perna abaixo
como tem sido há muito tempo.

-Ah, deixa pra lá...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Comunicado extra-oficial

Me enchi de metedrina
peguei a mochila e saí
desviando de alguns morcegos
e demônios com dentes arreganhados

Explodi a prefeitura,
bombas caseiras, saca?

Empurrei uma velhas
em frente à ônibus que passavam
uma delas teve a cabeça esmagada pelas rodas

Esfaqueei uns pé-de-porco
entrei com um Opala e tudo no Carrefour
fiz uma limpa
os seguranças eram frouxos
deixei todos se estrebuchando

Fiz uma chacina
no prédio da Zero Hora
os filhos da puta recusaram um poema meu

Estuprei a garçonete do buteco
depois a afoguei na privada
já não me servia pra mais nada

Abri o manicômio e o presídio
deixei todos fugirem
são meus fiéis seguidores

É só o começo
fazia tempo que eu não andava por aqui
vocês ainda vão ouvir muito sobre mim

Estou de volta
meu nome é Jesus

Está aberta a temporada da degola.