quando poderei visitá-la de novo,
eu pergunto
sei lá, ela me diz
e me preparo
para nunca mais vê-la
talvez diga que não está
quando eu ligar
pedindo-a que desça
para abrir o portão do prédio
talvez esteja com outro cara
talvez nem atenda
provavelmente voltarei para casa
com um fardo de cervejas na mochila
pesando mais do que deveria
e verei casais saudáveís
dentro do trem
desejarei matar a todos
com sangue no olho
sem amor
fechando cortinas
apagando todas as luzes
beberei todo o fardo de cervejas sozinho
me preparando
para nunca mais vê-la.
Pesquise neste blog
sexta-feira, 26 de abril de 2013
sábado, 20 de abril de 2013
Alma
-Pode vir, e traga bastante cerveja! - ela me disse.
Paguei a conta, levei umas latas
e fui ao seu apartamento
e a comi violentamente
despejei toda minha agonia
dormimos agarrados
e no dia seguinte
não houve nada de mais
Beijos sôfregos
Corpos transando sem alma.
Paguei a conta, levei umas latas
e fui ao seu apartamento
e a comi violentamente
despejei toda minha agonia
dormimos agarrados
e no dia seguinte
não houve nada de mais
Beijos sôfregos
Corpos transando sem alma.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Faceiro
acabou meu dinheiro
estou faceiro
acordei no banheiro
estou faceiro
chegou o bombardeiro
estou faceiro
caí dentro do bueiro
estou faceiro
queimou o meu chuveiro
estou faceiro
tudo tudo é derradeiro
estou faceiro
nunca nada é por inteiro
estou faceiro
meu vizinho é pagodeiro
estou faceiro
minha sina é a de solteiro
estou faceiro
o poema ficou bagaceiro,
fuleiro,
estou faceiro.
estou faceiro
acordei no banheiro
estou faceiro
chegou o bombardeiro
estou faceiro
caí dentro do bueiro
estou faceiro
queimou o meu chuveiro
estou faceiro
tudo tudo é derradeiro
estou faceiro
nunca nada é por inteiro
estou faceiro
meu vizinho é pagodeiro
estou faceiro
minha sina é a de solteiro
estou faceiro
o poema ficou bagaceiro,
fuleiro,
estou faceiro.
sábado, 13 de abril de 2013
Puteiros & Remédios
pegue minha mão
não largue
andei por vários bares por aí
lamento não ser quem tu queria
vaguei por puteiros
fumei três maços
tentei escrever algo decente
não deu muito certo
pegue minha mão
estou tonto, garota,
não quero ter filhos
dá um cigarro
está tudo fechado agora
e o último trem já saiu
vou amanhecer na rua
acompanhado por cachorros
largue minha mão,
largue,
gosteí de seu visual retrô
mas vai dar merda
largue minha mão
o remédio está fazendo efeito agora
preciso ir lá fora
até mais
ou nunca mais
preciso ir embora
tem muita gente na rua
e tudo tem rastro
e tenho a certeza
de que essa porra
vai me custar
mais do que deveria.
não largue
andei por vários bares por aí
lamento não ser quem tu queria
vaguei por puteiros
fumei três maços
tentei escrever algo decente
não deu muito certo
pegue minha mão
estou tonto, garota,
não quero ter filhos
dá um cigarro
está tudo fechado agora
e o último trem já saiu
vou amanhecer na rua
acompanhado por cachorros
largue minha mão,
largue,
gosteí de seu visual retrô
mas vai dar merda
largue minha mão
o remédio está fazendo efeito agora
preciso ir lá fora
até mais
ou nunca mais
preciso ir embora
tem muita gente na rua
e tudo tem rastro
e tenho a certeza
de que essa porra
vai me custar
mais do que deveria.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Aceite o fato, a maioria delas não dá a mínima para caras fodidos como nós
espere passar
curar
resolver
nem mesmo
as piores situações
durarão pra sempre
temos tempo
puxe uma cadeira
tomemos cerveja
depois vomite por tudo
e seja bem-vindo
ao clube.
curar
resolver
nem mesmo
as piores situações
durarão pra sempre
temos tempo
puxe uma cadeira
tomemos cerveja
depois vomite por tudo
e seja bem-vindo
ao clube.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
O empate
tenho um novo plano
é o mesmo de sempre,
tu me diz,
me entoco
neste buraco
que chamo de casa
encho a cara
e me emboleto
nada de mais,
tu me diz
tenho um novo plano
escrevo febrilmente
na minha Olivetti 82
e me atiro
nas paredes
depois
de um poema
como este
batido,
manjado, tu me diz
tenho um novo plano
um embate
nosso
constante
empate
(malditos leoninos!)
pára com isso,
tu me diz,
escreva algo certeiro
mato a garrafa
apago este poema
no cinzeiro.
é o mesmo de sempre,
tu me diz,
me entoco
neste buraco
que chamo de casa
encho a cara
e me emboleto
nada de mais,
tu me diz
tenho um novo plano
escrevo febrilmente
na minha Olivetti 82
e me atiro
nas paredes
depois
de um poema
como este
batido,
manjado, tu me diz
tenho um novo plano
um embate
nosso
constante
empate
(malditos leoninos!)
pára com isso,
tu me diz,
escreva algo certeiro
mato a garrafa
apago este poema
no cinzeiro.
terça-feira, 9 de abril de 2013
Apartamento
ela irá deixá-lo entrar
no apartamento dela
mas não em seu coração
e o deixará deitado na cama
escutando Beethoven
ou talvez a chuva
ou talvez imerso
num sonho qualquer
ela irá deixá-lo entrar
dentro dela
mas não em sua alma
e o deixará
no elevador
escutando a sístole e a diástole
ou talvez o nada
ou talvez com a certeza
de que aquilo não irá se repetir
ela vai deixar
teu coração em frangalhos
provocando
porres
e mais porres
numa noite de merda
sozinho.
Assinar:
Postagens (Atom)